Hey ho, Pitchuletes amadinhas!
Hoje vamos conversar um pouquinho sobre o DIU de prata.
Na última postagem eu contei para vocês como foi a minha experiência com o desmame da Pílula Ant1concepc1onal, e a comparação do meu corpo com o uso de hormônios e sem o uso. Pra quem não viu, resumindo, os hormônios sintéticos me fizeram muito mal. Apesar de realmente ter prevenido gravidez com maestria, sem susto algum, acabou com meu ânimo de viver, detonou minha libido, e prejudicou minha capacidade de absorver vitaminas, o que foi me deixando cada vez mais doente até eu dizer "chega!".
O desmame não foi fácil, tive diversos problemas com espinhas e queda de cabelo, além de ciclos desregulados e alterações de humor, mas faria tudo de novo pra ter meu corpo de volta ao natural.
Porém, sendo uma mulher em idade reprodutiva nada pronta pra ter um bebê agora, precisei ir atrás de outros métodos contraceptivos, de preferência sem hormônios, já que minha experiência com hormônios sintéticos havia sido negativa. Camisinha rolou por um bom tempo, e bem usada salva vidas. Porém, a preguicinha bate, e sim, tem seu lado chatinho de parar tudo pra por, etc e tal. Então, me encontrando novamente em um relacionamento estável onde me sentia segura, resolvi ir atrás de um método sem hormônio e fixo, de longa duração. Entre diafragma, capuz cervical, esponja contraceptiva... o DIU pareceu a opção mais segura.
Esclarecendo, existem DIUs hormonais, com uma eficácia gigante, que inibem a menstruação. Com duração máxima de 3 anos, são excelentes opções para mulheres com miomas, problemas de sangramento intenso, etc. Algumas influenciadoras digitais alegam que não interfere na libido, porque mesmo sendo hormonal, a mulher ainda ovula. Porém, ao pesquisar, li muitos relatos de mulheres com os mesmos efeitos colaterais da pílula: desânimo, mudança no muco, secura vag1nal, queda na libido...
Em contrapartida, os DIUs sem hormônios existentes são o de cobre e o de prata. A duração é muito maior, o de cobre dura até 10 anos e o de prata 5 anos. Optei pelo de prata, e vou explicar para vocês como a contracepção dele funciona e como foi minha experiência ao colocar e na adaptação até aqui.
Basicamente, o DIU de prata também é de cobre. O princípio do de prata e do de cobre é o mesmo. Ele evita a gravidez com os íons do cobre, que causam uma inflamação no útero, tornando o ambiente hostil para espermatozoides, além de alterar o muco cervical, deixando mais espesso, o que prejudica a mobilidade dos mesmos. As abinhas abertas também ficam em contato com a entrada das trompas, o que as obstrui, impedindo a entrada do gameta masculino.
Os DIUs de prata também possuem cobre. Basicamente, a prata é colocada no DIU de cobre para neutralizar e diminuir a fragmentação do cobre no organismo, o que melhora os efeitos colaterais do dispositivo.
O DIU de cobre pode aumentar as cólicas menstruais e o fluxo, e a prata ajudaria a amenizar esses efeitos. Por isso, optei pelo DIU de prata. Já sofri com cólicas menstruais e tinha medo de voltar a ter.
O DIU de cobre é o mais barato. Custa cerca de R$ 130,00 a R$ 150,00 reais, e pode ser colocado gratuitamente pelo SUS. O DIU de prata é mais caro, paguei R$ 300,00 (não tem opção gratuita). A marca é Andalan Silverflex (pelo que eu vi, só existe esse). Comprei pela internet no site loja.ladydiu.com.br , por orientação da minha ginecolog1sta mesmo, pois era mais barato que comprar pela clínica que estava me atendendo. Pela internet também dá para parcelar, o que facilita muito a vida. Tive medo, pois achei que poderia comprar errado, etc. Mas com a orientação correta, deu tudo certo. Essa é uma vantagem dos DIUs sem hormônios também, são mais baratos. Os hormonais custam entre R$ 500,00 a R$ 1.000,00 e duram bem menos (10 anos do de cobre contra 3 míseros anos de um hormonal...).
Para colocar o DIU é um processo bem demorado e complicado. Confesso que "dei sorte", porque deu tudo certo. Primeiro você tem que marcar uma consulta com um médico que coloque o DIU em consultório. Aqui na minha cidade não foi fácil. Pelo SUS demoraria uns 6 meses para eu conseguir, tinha que ser particular porque eu queria logo. Tive que pagar consulta, e em algumas clínicas, os ginecolog1stas não fazem o procedimento, porque é invasivo, exige habilidade e muitos locais não tem boa estrutura.
Achando a ginecolog1sta e o local que faz o procedimento, marquei a consulta. Paguei R$ 150,00 da consulta. Aí vem a exigência dos exames: papanicolau para ver se está tudo ok, e ultrassom para medir o tamanho do útero. O papa, a gente faz todo ano, aqui custa cerca R$ 50,00. O ultrassom transvag1nal custou cerca de R$ 180,00. Nessa brincadeira já tinha ido R$ 380,00 (tudo à vista, porque consulta e exame não parcelam). Após os exames realizados, fiz o retorno na médica uns 15 dias depois da consulta.
A médica me disse que estava tudo bem, o tamanho do meu útero era adequado para uso do DIU normal (se for muito pequeno, tem que comprar DIUs menores, específicos). Então me falou do DIU de prata, disse que era melhor que o de cobre puro, que eu podia comprar na internet, e me passou o nome. E então veio a dificuldade: esperar o DIU chegar (ao comprar pela internet), e conseguir casar o dia da consulta com a médica com a menstruação.
Sim, a melhor forma de se colocar o DIU é menstruada. Claro que pode se colocar sem estar menstruada, mas dizem que é mais doloroso. Porque quando estamos menstruadas, já se tem a certeza que a mulher não está grávida, e o colo do útero está mais aberto, mais propício para inserção. Porém, eu tinha parado de tomar a pílula, e não sabia o dia certo que poderia descer a menstruação. Poderia ocorrer um atraso ou vir antes, já que no período de desmame da pílula, irregularidades podem ocorrer.
Deixei agendado para por o DIU em um dia aproximado de quando poderia vir minha menstruação. E então só esperei, rezando para dar certo. Acho que se minha menstruação tivesse atrasado ou vindo antes, eu colocaria do mesmo jeito, mas eu já estava com medo da dor da inserção, e se a probabilidade é que, não menstruada, a colocação fosse mais difícil, então meu medo piorava.
Chegou no dia da consulta, e eu estava menstruada. Felicidade (por isso digo que dei sorte). Fui para o procedimento um pouco nervosa. Estava com a caixinha do DIU em mãos, mas não me atrevi a abrir a caixa e prejudicar o material de alguma forma. Deitei, tentei relaxar, e.... vi estrelas.
Para mim, o procedimento foi doloroso. Rápido, mas traumático. A médica disse que seriam 3 cólicas, uma pra pinçar o útero e deixar ele "reto" para a inserção, outra para medir o útero com uma "régua" chamada histerómetro, e a última com o aplicador do DIU para inserir. Na pinçada eu senti uma dor bem aguda. Na inserção do histerómetro, eu vi estrelas. Quando ela inseriu o DIU, eu estava suando frio, respirando fundo, mas com muita dor. Só veio o alívio quando ela soltou a pinça.
Não acho que a médica era ruim ou que tenha sido bruta. Foi bem rápido e ficou bem colocado. Porém, além de eu estar nervosa, o que pode ter me deixado tensa e propensa a dor, pode ser que o fato de eu nunca ter tido filhos também tenha influenciado. Afinal, nada nunca passou pelo colo do meu útero, ele estava lá, a 32 anos quietinho, sem ninguém mexer, e do nada, pinça, régua, coitado rs. Porém, para quem pensa em por, e tem dinheiro, eu recomendo procurar um local que faça com anestesia. Dizem que a dor varia de mulher para mulher, li diversos relatos, e em muitos as mulheres disseram que foi tranquilo. Eu achava que ia doer bem menos do que doeu, o que me assustou. Então quando eu for trocar meu DIU, vou procurar um local que faça com anestesia, porque sinceramente, a dor não é suportável ao meu ver. Eu passei mal, a pressão baixou. Eu tremia. Não acho "suportável" pinçar o colo do útero. Dizem que ele é "insensível", mas eu senti rs.
Depois da inserção, tive cólicas e um sangramento mais intenso. Porém, no dia seguinte, o sangramento diminuiu e a cólica sumiu. Passando o dedo dentro do canal vag1nal, sinto a cordinha que parece um fio de nylon, desses usados na pesca. Com o passar dos dias, não senti mais nada. Fazem 3 meses que coloquei, e as menstruações vieram normalmente. Senti pouca ou nenhuma cólica. Os fluxos estão um pouco mais intensos sim, e minha menstruação que durava 3 dias está durando de 4 a 5 dias. Porém, nada que seja incômodo. Como uso disco menstrual, tenho tranquilidade sem problemas de vazamento do fluxo.
Não esperei muito para retomar a vida sexua1. No mesmo mês que coloquei, já tive relações sem proteção, o que não é correto rs. O melhor é esperar a adaptação, que leva uns 3 meses, e fazer ultrassom para ver se o DIU está no lugar. Não tive sustos, nem atraso menstrual nesses meses. Fico tranquila e às vezes até esqueço que estou usando. Comigo, foi um método que deu certo. Minha libido está intacta. O grande problema é a inserção mesmo, que achei dolorosa, mas nada que uma anestesia local não resolvesse. Tenho, na minha cabeça, que os médicos não usam para economizar, porque sinceramente, era apropriado oferecer. Mas somos mulheres né, acostumadas com a dor, a medicina enfia hormônios na nossa goela abaixo, nos cortam sem dó, tudo para agilizar procedimentos. Se o DIU fosse um dispositivo masculino, podem apostar que não existiria procedimento sem analgesia.
Agora só vou pensar nessa dor de novo daqui 5 anos. Sim, foram quase R$ 700,00 incluindo médica, dispositivo, exames, para colocar. Bom, eu gastava R$ 60,00 por mês em pílula. Dava cerca de R$ 720,00 por ano. Acho que o DIU, a longo prazo, é mais em conta. Só preciso lembrar de sempre fazer ultrassom, uma vez por ano, para checar se está tudo bem. E daqui 5 anos, lembrar de buscar um médico que aplique anestesia rs.
Resumindo, o DIU é um método excelente. Recomendo.
Jakisses!