Alexandra Chong, criadora do Lulu, teve a ideia do aplicativo durante um encontro com as amigas depois do Dia dos Namorados. Ela diz ter percebido que numa conversa só de meninas elas se soltam mais, fazem novas amizades, se abrem sobre seus relacionamentos e que isso não aconteceria se houvesse um homem na mesa. Desse ponto muitíssimo bem observado, que só rivaliza em genialidade com a criação da roda, nasceu o Lulu, um aplicativo no qual as garotas podem avaliar rapazes com quem já namoraram, namoram ou ficaram. Amigas e parentes também podem fazer avaliações. Na verdade, qualquer pessoa que tenha o gênero feminino em seu perfil do Facebook pode avaliar rapazes no aplicativo. O Lulu pode não ser a ideia mais genial e original da face da Terra, mas se o objetivo era fazer barulho, ele conseguiu (Fonte: GizmodoUol).
O mais engraçado dessa história toda foi a revolta masculina. Homens se sentiram invadidos, diminuídos e ofendidos. E quiseram revidar, e espernearam, e fizeram a folia nas redes sociais.
Digo que isso foi engraçado, porque 'dar nota' pra uma pessoa pela aparência e pelos 'dotes' é uma coisa que os homens fazem desde moleques. Exatamente! Você, cara leitora, que tem amigos homens sabe muito bem que eles adoram avaliar qualquer mulher que passa na rua. E se você não sabia disso, pasme... você mesma já foi avaliada e recebeu uma 'nota' de seus amigos, colegas de classe, e até mesmo dos tiozinhos do bar da esquina.
Mas como a sociedade machista é irônica, quando as mulheres tiveram acesso a um aplicativo que permitia a elas dar 'notas' para amigos, ex-namorados, ficantes, vizinhos, etc... isso gerou revolta masculina. Porque os machões podem avaliar as mulheres, mas quem disse que o 'sexo frágil' podia fazer o mesmo? Uma mulher avaliando um homem, dando 'nota'? Isso não é de Deus. Isso não é bíblico. Aí já é vandalismo.
O aplicativo é tosco, mas escandalizou os homens simplesmente porque eles cresceram acreditando que mulher é um objeto para seu deleite. E objetos não se deleitam de humanos, não é mesmo? Dessa forma, como pode uma mulher, um ser que não pensa em sexo, que nasceu para servir, avaliar o dominador e maravilhoso homem? É claro que, para eles, seria um insulto.
De certa forma, esse aplicativo serviu para os homens sentirem o gostinho de serem rotulados. Mas o Lulu não chega nem perto da violência que a mulher sofre todos os dias. Das cantadas ofensivas nas ruas, das ameaças, dos estupros, e até mesmo dos vídeos íntimos jogados na internet por vingança. Porque a mulher, caro homem, é rotulada e violentada o tempo todo, a cada minuto do seu dia-a-dia. E quando ela tenta se libertar, e se revolta, você vira e a chama de 'feminazi'.
Meu desejo era que desse impasse que o Lulu causou, o homem tomasse consciência e passasse a respeitar o limite do outro ser humano, e o espaço que ele ocupa na sociedade. Que dentro da cabeça dele, ele pode achar o que ele quiser, mas exteriorizar isso em forma de rótulos e cantadas ofensivas é prejudicial. E acima de tudo, que a mulher é tão humana quanto ele, e que como ele, ela também tem desejos e também pensa em sexo... mas que ela, assim como ele, tem o direito de escolher com quem e se quer fazer sexo.
Apesar de tudo, eu acredito que os homens que foram 'vítimas' do Lulu DEVERIAM pensar duas vezes antes de dar uma 'nota' pra uma mulher que estiver passando. E se esse episódio não os fizeram refletir nem um pouco sobre seus atos, fica mais que óbvia a hipocrisia presente em suas mentes.
Jakisses!
PS: Veja a matéria sobre o Tubby, o revide dos homens por causa do Lulu, clicando aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário: