quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cistite de Lua de Mel (Infecção Urinária)

Sabe quando dá aquela vontade irresistível de fazer xixi, mas você não tem como ir e, por isso, se segura, se contorce, até que a “maldita” vai embora? Depois do sexo, então, nem se conta! Sair de debaixo dos lençóis para ir ao banheiro, definitivamente, não é a melhor opção. Entretanto, o cultivo desse hábito, entre muitos outros, pode acabar em cistite, uma incômoda infecção provocada por bactérias que conseguem entrar na bexiga e não são eliminadas pela urina. 





Apesar de atingir crianças e adultos de ambos os sexos, a cistite é mais comum nas mulheres, por terem a uretra mais próxima do ânus. “A uretra da mulher mede de três a quatro centímetros e a do homem, aproximadamente vinte. Por isso, as bactérias penetram na uretra da mulher com maior facilidade”, explica o ginecologista Gérson Aranha. E os números são surpreendentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 35% das mulheres já tiveram a infecção em alguma época da vida.

Descobrir uma cistite não é difícil. Normalmente, o número de idas ao banheiro aumenta, a quantidade de urina é pouca e a ardência ao urinar também é bastante comum. “Algumas vezes a mulher pode ter febre e urinar sangue”, complementa o urologista José de Souza Amin. Felizmente, o diagnóstico é rápido e preciso. “Basta fazer o exame de urina 1, que é aquela primeira urina da manhã”, explica Gérson. O tratamento também é simples e à base de antibióticos e anti-inflamatórios. “Na maioria das vezes, não há a necessidade de a mulher ficar em repouso. Na verdade, o limite é colocado por ela mesma: se ela crê que tem condições de manter suas atividades normais, não há o menor problema”, aconselha.

Mas o problema fica mais sério quando a mulher não segue corretamente as orientações do médico. “Nestes casos, além de a mulher continuar sentindo dores, a cistite pode evoluir e ir para os rins, causando uma pielonefrite, infecção que pode resultar na extração do órgão. É muito importante que as recomendações sejam seguidas”, aconselha Gérson. Quem não segue as orientações médicas acaba convivendo com visitas periódicas da infecção. “É o que chamamos de cistite crônica ou de repetição. De certa forma, é até normal porque a cistite também está muito associada à higiene pessoal da mulher”, completa.

Pessoas diabéticas, com cálculo renal ou que apresentam incontinência urinária são mais propensas ao problema. Outro fator que pode ser determinante para o aparecimento da infecção é o uso do diafragma e de camisinhas femininas. “Esses acessórios podem fazer pressão na parede vaginal, acarretando um certo trauma, deixando o caminho livre para a entrada de bactérias”, alerta o ginecologista. A menopausa também deixa a mulher mais propensa a desenvolver cistite. “Devido à ausência do estrogênio, a parede vaginal fica menos espessa e com maior probabilidade de sofrer traumas durante o ato sexual”, garante o médico.

Traumas emocionais podem ser responsáveis não pelo aparecimento da infecção, mas pelo desencadeamento da crise. “Abalos emocionais fazem com que as pessoas fiquem com baixa imunidade e, consequentemente, mais propensas a crises de cistite crônica”, ensina a urologista Fernanda Serpa. E quem tem histórico de cistite crônica também precisa ficar de olho na alimentação. “Alguns alimentos podem causar irritação na bexiga”, alerta o ginecologista Osmar Teixeira Costa. A publicitária Gabriela Sanchez conhece muito bem essa história. Depois de passar por três crises nos últimos dois anos, Gabriela aprendeu que não pode ingerir determinados alimentos. “Suco de tomate é fatal. É só tomar que no dia seguinte eu já estou sentindo dores. Sucos de laranja, abacaxi e limão também não me fazem muito bem”, afirma. 

Há uma outra coisa que pode favorecer o aparecimento da cistite e da qual as mulheres não podem escapar: a calcinha.

Calma, não estamos fazendo campanha para abolir o uso da peça! E, aliás, nem todas são contra-indicadas. “Calcinhas de tecido sintético fazem com que a temperatura da vagina aumente, criando condições ideais para a proliferação de bactérias. O ideal é que a mulher use calcinhas de algodão”, aconselha Gérson. E para as mulheres que adoram calças jeans bem apertadas, um alerta: “Esse tipo de roupa também aumenta a temperatura vaginal, assim como as calcinhas de lycra”, conclui o médico.


Cistite de Lua de Mel
 
Você sabe o que é cistite de lua-de-mel? Apesar de poucas mulheres conhecerem a doença pelo nome oficial, muitas já sofreram com o probleminha que acontece devido ao número excessivo de relações sexuais em pouco tempo. 

De acordo com o ginecologista Sérgio Simões, da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, a cistite de lua-de-mel é uma infecção do trato urinário (cistite) que ganhou este nome porque é justamente no período de lua-de-mel que os casais têm mais relações sexuais.

“O número excessivo de relações provoca pequenas lesões na uretra que propiciam a ascensão de bactérias da própria flora vaginal, contaminando a mucosa da bexiga”, explica o ginecologista. O resultado? A mulher sente dores intensas na hora de urinar e o fluxo urinário torna-se pequeno.

 "Esse tipo de infecção aparece devido ao trauma que o pênis provoca na parede anterior da vagina da mulher. Normalmente, durante a lua-de-mel, o casal costuma ter mais relações sexuais e com maior intensidade. Se a mulher não estiver bem lubrificada, pode ter traumas vaginais que acarretam a cistite”, adverte o ginecologista. Por isso, meninas, orientem o parceiro para não ir com muita sede ao pote. E se você tem problemas com relação à lubrificação íntima, não hesite em usar um lubrificante. 


Cuidados 
E como o melhor modo de evitar a cistite ainda é a boa e velha prevenção, aí vão dicas indispensáveis: 

Procure ir ao banheiro o maior número de vezes possíveis. “Este é um dos mecanismos de defesa do aparelho urinário contra a invasão das bactérias. Por isso, pessoas com tendências à cistite devem urinar, se possível, a cada três ou quatro horas”, recomenda o ginecologista. 




Beba muito líquido. “A ingestão de grande quantidade de água contribui para maior formação de urina e isto favorece a eliminação de bactérias durante a micção. O ideal é beber, pelo menos, dois litros de água por dia”, alerta Amin.

Dê muita atenção à sua higiene pessoal. “Cuidados com os orifícios anal, vaginal e uretral são imprescindíveis para evitar que bactérias intestinais, eliminadas principalmente por meio das fezes, penetrem na vagina ou uretra. A limpeza com papel higiênico deve sempre ser feita da frente para trás, e nunca ao contrário, para que as bactérias localizadas em torno do ânus não sejam carregadas para a vagina”, ensina Gérson.

Use o tradicional “chuveirinho” para banhos. “Melhora a higiene da região genital da mulher e é particularmente importante em mulheres com cistite reicidivante, aquela que volta periodicamente”, recomenda.

Evite usar desodorantes íntimos. “Mulheres propensas a cistites ou infecções vaginais devem evitar o produto, pois ele pode desencadear reação alérgica local e irritação vaginal”, alerta o urologista José de Souza Amin.

Procure urinar a cada relação sexual. “Essa medida favorece a eliminação das bactérias que possam ter penetrado na uretra e na bexiga durante o ato sexual”, garante Gérson.
Agora é só ficar de olho! Se você sente dor na hora de fazer xixi, procure um médico. Aposente as calcinhas de tecido sintético e as calças muito apertadas. São pequenas medidas como essas que farão com que a sua saúde seja mais plena e a sua vida, mais saudável.




Fonte: Bolsa de Mulher

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