Bom dia, pessoas!!
O post de hoje consiste em um texto que escrevi em 2008, é antigo, mas  descreve perfeitamente o que pode acontecer quando estamos “naqueles  dias”. Afinal, que mulher nunca endoidou, se enfureceu, ficou  sentimental  e exagerou um “pouquinho”, em plena TPM?
Meu Jeito "Hipérbole" de Ser
Acordei muitíssimo cedo, exatamente 10h37min45seg.
Espreguicei-me como um bicho preguiça:  Lentamente, como naqueles filmes românticos em que os casais se  encontram e o tempo pára, e depois vai vagarosamente acontecendo o  desfecho do filme; aquele beijo em câmera lenta.
Assim que me sentei na cama de casal que  é do tamanho de casa, senti um vazio no peito, como se estivesse  perdendo alguma coisa, alguma parte de mim…
…Meu útero!
Inclinei tanto a cabeça, que estive ao ponto de dar uma cambalhota, e pude constatar: Adiós a mis hijos! Adiós mi vida!
Fiquei desesperada! Não podia deixar o meu futuro escorrer desta forma, como uma queda de cachoeira, indo rio abaixo!
Qualquer movimento brusco, um piscar de olhos, fazia litros e litros fluírem colchão adentro. Senti-me no Mar Vermelho.
Com muita coragem, levantei. Chuááááááááá!
Hemorragia. Desidratação. Anemia.
O caminho da cama até o banheiro do meu  quarto nunca foi tão longo, estava a quilômetros de distância: Mil  calçados e roupas espalhados, até perco as contas de quantas vezes  tropecei nesses enormes obstáculos.
Despi-me das unhas dos pés até os fios  de cabelo e entrei debaixo do chuveiro. A água estava pelando, pensei  que me causaria muitas queimaduras de terceiro grau. Olhando para o chão  do box, vi que muita água vermelha lutava, a socos e pontapés, a  caminho do ralo. Ficou difícil saber se era a tinta escorrendo do meu  cabelo ou não.
Resolvi me ensaboar. O sabonete estava tão pequeno, que não dava para lavar sequer a pinta do meu mindinho.
Desliguei o chuveiro e enrolei-me na  toalha, que era do tamanho de um vestido de noiva com calda de uns cinco  metros. Passando pelo quarto, rumei até a despensa. Ao voltar, percebi  que havia rastros de sangue por toda parte. Fiquei com medo. Teria um  assassino na minha casa? Pior… Seria ele um estuprador?
Olhando para os meus pés, vi que havia  uma poça de sangue. Será… Que… Ele… Está… Atrás… De… M-mi-mi-im-mim?  Antes que pudesse pensar, e ficar com mais medo, vire-me. Pá!  Não-tinha-na-dááá! Uffa! Fui então caminhando e seguindo as gotas de  sangue, e de repente… Meu Deus! Estão indo para o meu quarto! Como  estava na cozinha, resolvi pegar uma faca para me proteger. Ela era do  tamanho da minha barriga, assim… Imeeeeennnsa! Então, continuei seguindo  os rastros que chegaram até o banheiro. Parei na porta e empunhei o  mortífero instrumento afiado e cortante, e tcharããã!
Não tinha ninguém no banheiro. Estava deserto, ás moscas, dava para ouvir os “cri-cris” dos grilos. Decidi voltar ao banho.
Do nada, começou a cair um vendaval lá  fora, o céu parecia despencar, e toda água do Sistema Solar caindo sobre  a minha casa. O fim do mundo. Um raio caiu tão perto, mas tão perto,  que devia ter destruído a casa ao lado. Pobre Sr.Nelson! Fiquei com dó  dele. Sem casa, sem abrigo, sem ninguém… Isso se ele tivesse  sobrevivido! Pobre homem! Imaginei-o todo queimado, um pão com manteiga  que passara do ponto na torradeira.
Isso me deu fome. Estava com tanta fome,  que poderia comer um boi, sozinha! Não um boi apenas, mas também vinte  litros de refrigerante, dois litros de leite condensado com quinze  caixas de morangos bem fresquinhos.
Imagini-me uma baleia. Uma orca. Sairia  na rua e as pessoas diriam: “Sancho Pança! Quanto tempo! Como vai Dom  Quixote?”, ou melhor, “E aí, Free Willy, tudo beleza?”. Perguntariam se  eu estava grávida dos “101 Dálmatas”, ou se eu teria sido o balão  Zepelim. As crianças, extasiadas: “Mamãe! Olha! O “Titanic está aqui no  mercado!”ou quem sabe, “Papai! Olha! Júpiter está aqui na Terra!“
Todos ficariam incomodados comigo, e me  matariam. Depois, assar-me-iam e o Governo distribuiria aos pobres do  país todo, a carne mais nutritiva e gorda de todo Universo.
Pensando desta forma, até que seria uma  ótima idéia, eu ajudaria a acabar com a fome no Brasil. Dominada pela  solidariedade, saí do banho e deitei-me na cama. Minha cabeça estava tão  cheia de idéias, que afundou no colchão e quase fico de ponta cabeça.  Mas não importa. Nada mais importa, além das pessoas famintas e sedentas  que, a partir de agora, iria ajudar.
Resolvi colocar tudo no papel, nos mínimos detalhes e proporções, para que depois ninguém pense que estou exagerando.
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Por Tami
@tami_mirabelle
Novamente, arrasou menina!!!
ResponderExcluir:**
Japa
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSempre fui fã!
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