segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Por que batemos em nossos filhos?




Por que batemos em nossos filhos?



Os motivos são vários, oras; primeiro, batemos em nossos filhos porque são NOSSOS filhos!
Há um senso interior que diz que não podemos bater nos filhos dos outros, portanto, se estamos com o filho de alguém sob nossos cuidados, sabemos que é nossa responsabilidade, que temos que zelar por ele, temos que ter muita paciência com ele, fazer com que ele se divirta e se sinta feliz, protegê-lo e devolvê-lo são e salvo. No máximo contar para os pais dele a travessura que tenha feito para que ele seja disciplinado pelos próprios pais!
Também sabemos que não podemos bater nos idosos, não podemos bater no caixa do supermercado, não podemos bater no motorista que nos fechou no trânsito, não podemos (nunca) bater no chefe, não podemos bater na esposa e nem no atendente mal educado, também não podemos bater nos animais, temos até leis que proíbem bater nos animais!
Mas nos nossos filhos podemos bater, podemos e devemos, por quê?
Oras, porque são nossos filhos, porque temos que educá-los, discipliná-los e porque não queremos que eles apanhem da polícia quando crescerem!
Batemos em nossos filhos porque eles merecem apanhar! Claro que merecem, tem criança que merece apanhar, e tem criança que precisa apanhar! Por isso batemos em nossos filhos!
Batemos em nossos filhos porque temos que educá-los, torná-los pessoas de bem.
Batemos em nossos filhos porque nós apanhamos dos nossos pais e nos tornamos pessoas de bem.
Batemos em nossos filhos porque tem criança que é teimosa demais, esperta demais, que enfrenta demais!
Batemos em nossos filhos porque não sabemos educar sem bater, e pensamos que sem bater é impossível educar!
Batemos em nossos filhos porque não espancamos nossos filhos, apenas batemos para educar, e isso é nossa obrigação como pais!
Batemos em nossos filhos porque tentamos de tudo e como tudo falhou, nos resta bater, pois bater sempre funciona!
Bater funciona, batemos porque tem criança que só entende quando apanha.
Batemos porque funciona e estamos acostumados a olhar apenas para o resultado, e se o resultado é a pronta obediência, então pensamos que isso é funcionar, não pensamos qual foi o preço deste resultado e nem qual a essência desta obediência após apanhar.
Como focamos no resultado, bater funciona, e não nos importa se funciona porque nossos filhos ficaram com medo, não importa saber que coação, medo, terror funcionam bem para obrigar alguém a fazer aquilo que queremos que faça, não importa se não foi porque não compreenderam nada, estamos acostumados a pensar que se o resultado foi o que queríamos, então eles devem ter aprendido a lição.
Batemos em nossos filhos porque bater não machuca, não fere nem corpo nem a Alma, batemos porque apanhamos quando éramos crianças, e não nos sentimos feridos, tanto que hoje repetimos o gesto dos nossos pais, sem pensar, acreditando que bater funciona porque funcionou com a gente!
E nem refletimos sobre este argumento vazio, pois na verdade estamos tão feridos que nos parece inimaginável que nossos pais, que nos amaram e amam tanto, poderiam fazer algo que nos ferisse. Nem pensamos que eles tinham menos acesso a conhecimento do que nós temos hoje. E se eles não fizeram nada que nos ferisse, então nós também não faremos, portanto batemos em nossos filhos porque apanhamos e isso deu certo...
Batemos quando estamos muito cansados, muito apressados, muito distraídos.
Batemos quando estamos sem criatividade, sem paciência, sem tempo.
Batemos em nossos filhos porque é melhor que eles apanhem da gente do que de outras pessoas, ou da Vida.
Batemos porque somos uma sociedade que não aceita (?) violência contra ninguém, mas que não considera bater em crianças um violência, porque afinal, apenas batemos mas não espancamos, pois espancar sim é errado, batemos apenas para educar, porque tem criança que precisa apanhar...
Batemos porque não temos argumentos, na verdade não temos argumentos bons nem para explicar a razão de batermos em nossos filhos!
Por isso os argumentos falhos, de gente ferida, de gente que pensa que se tornou uma boa pessoa PORQUE apanhou, quando na verdade se tornou uma boa pessoa APESAR de ter apanhado.
Argumentos que desconsideram que as prisões não estão cheias de pessoas que foram criadas com carinho e respeito, mas sim, cheias de pessoas para quem tudo faltou, sendo que a única coisa que sobrou foram palmadas, pancadas, violência, medo e intolerância!
Ahhh sim... Mas bater é diferente de espancar, palmada é diferente de pancada!
A diferença está sempre para quem desfere o golpe, para quem recebe uma e outra coisa dá no mesmo!
Batemos por essas e talvez algumas outras razões, mas são sempre os mesmos argumentos, as razões estão aí, que podemos bater em nossos filhos está claro, a pergunta é se realmente DEVEMOS.
Batemos porque não acreditamos e não sabemos que é possível educar sem bater, e por causa da NOSSA limitação, batemos nas nossas crianças, mas só nos nossos filhos, porque o fato de serem NOSSOS nos dá o direito de bater neles.
Pois não podemos bater nos filhos dos outros e não podemos bater em NINGUÉM, com todas as outras pessoas somos obrigados a nos conter, a pensar melhor, a nos segurar, a descobrir outras maneiras de resolver as situações que nos desagradam ou os conflitos que surgem, não batemos em ninguém para resolver coisa alguma.
Por que batemos em nossos filhos?
Batemos porque são nossos filhos!
Batemos porque no absurdo de nossas considerações a respeito deste assunto, se tratássemos nossos filhos como se eles não fossem nossos filhos, nós então não bateríamos neles, porque não se bate em ninguém, nem nos filhos dos outros, só nos nossos.


Fonte: Ciranda Materna

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